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TAE Cristina Florêncio

Coordenadoria do Ensino de Ciências do Nordeste - CECINE

UFPE





sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Newsletter no. 27/2010: Rede de apoio

Quem tem mais de 40 anos se lembra. Algumas situações eram consideradas, em nossa cultura, verdadeiros ritos de passagem e sinal de progressiva maturidade, como os quinze anos para as meninas, o serviço militar para os rapazes e passar no Vestibular para o estudante.

Após a matrícula na faculdade, decidíamos tudo sozinhos: o curso de férias, a monitoria, a transferência para uma república, a atenção aos prazos etc. Nossos pais não mais resolveriam nossa vida; seriam agora nossos parceiros.

O mundo mudou. As crianças ganharam seu Estatuto, e não é incomum o prolongamento dessa fase para dentro dos portões das universidades - você já soube de alguém que teve sua inscrição de Vestibular feita pelo próprio pai sem que ele (o filho) soubesse em que curso havia sido inscrito? Eu já! A capacidade de tomar decisões acertadas não cresceu pari passu com a conquista dos direitos.

É até comum o calouro achar que a faculdade é uma continuação da escola; porém, alguns deles “queimam a aula”, simplesmente, porque não gostam da disciplina do “tio”. A verdade é que eles estão chegando cada vez mais jovens aos bancos universitários.

Ora, se o Vestibular não é mais sinal de maturidade nem o Ensino Médio garantia de sucesso acadêmico, o que fazer para evitar a retenção e evasão logo no primeiro ano? Como evitar o “primeiro gargalo”? Poderíamos começar por confrontar os altos índices de reprovação em determinadas disciplinas (algumas chegam a 80-88%). Bem ou mal, o aluno já foi selecionado no Vestibular; agora precisamos encontrar formas de minimizar a situação.

Não estou defendendo a aprovação em massa, nem o famoso jeitinho para melhorar as estatísticas, que serão desmascaradas por ocasião do ENADE, por exemplo. Falo da criação de uma rede de apoio que trabalhe para o sucesso acadêmico do aluno.

Mas isso não seria super proteção? Talvez, mas não seríamos os únicos. Não querendo supervalorizar o importado, as universidades americanas possuem prédios inteiros com esse objetivo que vão desde a orientação da matrícula, orientação aos pais, semana de integração, comunidades de aprendizagem (por disciplinas, temas ou problemas), tutoria, aconselhamento pessoal, desenvolvimento de carreira, atendimento a pessoas com deficiência, planejamento da vida acadêmica, palestras e oficinas com dicas de como ter sucesso nos estudos, programa de ajuda na adaptação dos calouros e transferidos, oficinas de encorajamento no meio do semestre para aqueles que ainda não se adaptaram à universidade, ... Ufa! Se, depois de tudo isso, ainda houver reprovação ou desistência, foi por algo para além do esforço das pessoas.

Mas alguém dirá: “Como? Não temos pessoal suficiente!”. Pois é. Pesquisando os diversos programas, descobri que a condução deles é sempre feita por professores e funcionários especializados; porém, a grande maioria dos operacionalizadores são os próprios estudantes. Não é incrível?

Bom final de semana e bom descanso.

Cristina Florêncio

TAE do CCB - UFPE

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