Centrífuga Processadora de Salada: um instrumento engenhoso e barato de cuidado com a saúde*
Já sabemos que precisamos comer bastantes vegetais folhosos para permanecermos saudáveis, mas quem ia saber que um processador de salada poderia ajudar a salvar vidas?
Conforme soubemos do Eurek Alert, as alunas de graduação da Rice University, Lia Kerr e Lauren Theis receberam uma tarefa na disciplina Introdução à Bioengenharia e Saúde Mundial. Como Theis explica:
“Basicamente, disseram-nos para encontrar uma forma de diagnosticar a anemia sem utilização da eletricidade que não fosse muito cara e que utilizasse um equipamento portátil.”
Numa solução de baixo custo, mas de grande inventividade, a dupla alterou um processador simples e comum de salada e transformo-o numa centrífuga fácil de usar e de transportar que separa sangue de forma a permitir o diagnóstico preciso da anemia sem o uso de eletricidade.
O equipamento custa cerca de U$ 30,00, pode processar 30 amostras individuais de sangue com 15 microlitros por vez, e separa os componentes do sangue (hemácias e plasma) em cerca de 20 minutos.
A “Centrífuga Sally”, como foi apelidada por suas inventoras, está passando por uma série de testes de campo neste verão em lugares que se beneficiarão da disponibilidade de adaptações e soluções de tecnologia efetiva, porém, simples.
Como parte do Beyond Traditional Borders – BTB (Além dos Limites Tradicionais) da Universidade de Rice, uma iniciativa que visa à saúde global, focada basicamente em países em desenvolvimento, Kerr e Theis estão percorrendo, com seu equipamento, o Equador, a Suazilândia e o Malaui, onde as clínicas rurais proporcionarão teste real para a surpreendente ferramenta de diagnóstico.
Nas áreas rurais desprovidas e empobrecidas do mundo, um diagnóstico positivo da anemia é um indício criticamente importante na busca por outros problemas de saúde como desnutrição ou doenças infecciosas crônicas sérias, tais como malária e HIV/AIDS. Até agora, amostras de sangue coletadas em áreas rurais tinham que ser enviadas a local distante que tivesse eletricidade e centrífugas de laboratório caras, enquanto os pacientes ficavam aguardando os resultados – um lapso de tempo que pode ser fatal. A capacidade de diagnosticar a condição física em tempo real com a “Centrífuga Sally” possibilitaria que o tratamento apropriado se iniciasse antes que uma doença progredisse e as condições físicas de um paciente se deteriorassem drasticamente.
Maria Oden, professora de engenharia e co-orientadora da dupla, avalia a forma bem sucedida como as duas alunas abordaram a tarefa, encontrando algo que pode, literalmente, salvar vidas conforme for designado no auxílio às urgências de saúde em regiões rurais e economicamente subdesenvolvidas do mundo.
“As alunas realmente fizeram um trabalho incrível, utilizando materiais bem simples e de baixo custo e criando um equipamento que, conforme a pequisa delas mostra, tem correlação satisfatória com os níveis de hematócitos no sangue. Muitos dos pacientes vistos em clínicas dos países em desenvolvimento estão anêmicos, e isso é um problema sério de saúde. A possibilidade de diagnosticar a anemia sem o uso da eletricidade, com um instrumento que é extremamente leve, é de grande utilidade.”
(Salad Spinner Centrifuge: A Cheap, Ingenious Health Care Tool. Disponibilizado em http://shine.yahoo.com/channel/health/salad-spinner-centrifuge-a-cheap-ingenious-health-care-tool-2019637 Acessado em 28/07/10. *Tradução de Cristina M. S. Florêncio)