Bem-vindo, Professor! Sinta-se à vontade! Este espaço é nosso!

TAE Cristina Florêncio

Coordenadoria do Ensino de Ciências do Nordeste - CECINE

UFPE





sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Newsletter no. 39/2010: O Significado do Natal (vídeo com som)

A todos os docentes do Centro de Ciências Biológicas,  
Que esta data seja mais que um período importante no calendário do comércio. Que sempre esteja presente em nossa mente e coração o VERDADEIRO SIGNIFICADO do Natal.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE

II CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL e IV ENCONTRO NORDESTINO DE BIOGEOGRAFIA*

A Assembléia Geral das Nações Unidades elegeu 2011 como o Ano Internacional das Florestas. As atividades enfocadas incluem a promoção do manejo sustentável, a conservação e desenvolvimento das florestas e a conscientização do papel decisivo que as matas desempenham no desenvolvimento global sustentável.

Conservar florestas é preservar não somente a vida das árvores e dos povos das florestas. E sim manter viva toda a biodiversidade do Planeta, e com ela as sociedades humanas. A Educação Ambiental na família, e em todos os níveis de ensino, cumpre papel fundamental para a conservação da sociobiodiversidade e do ambiente em que vivemos.

O II Congresso Nacional de Educação Ambiental e o IV Encontro Nordestino de Biogeografia, ocorrem simultaneamente em João Pessoa, no período de 12 a 15 de outubro de 2011. O II CNEA & IV ENBio são promovidos pela Universidade Federal da Paraíba, com o objetivo maior de apontar os Caminhos para a Conservação da Sociobiodiversidade. Os eventos vão reunir 1.500 participantes, entre pesquisadores, professores, estudantes e cidadãos de todos os setores da sociedade.
Mais imformações: http://www.cnea.com.br/apresentacao.html 

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* Matéria enviada pelo Prof. Lucivânio Jatobá.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Newsletter no. 38/2010: O que é que tem?

Caro Professor,

O semestre está terminando e, com ele, o sufoco das últimas provas finais. Mais um pouco e chegam as férias.
Para esta semana, pensei em apresentar o que há de novo em nosso blog www.assuntoseducacionais.blogspot.com :

Seu cachorro está velhinho e você está preocupado em perde-lo? Seus problemas acabaram! Daqui a uns meses, você não vai mais precisar de viajar aos Estados Unidos para fazer um clone! Faça aqui mesmo no Brasil um clone do seu animal, inclusive com "certificado de garantia"!
Para onde vai o seu lixo hospitalar, vc que é biomédico, dentista, médico etc, hein? O Dr. Jorge Yanai está propondo um resgate à legislação inicial.
Você conhece o Gilberto? Ele está sempre associado a um indivíduo chamado Killifish, conhece?
Você sabe de alguém que já foi curado da Aids? Para conhece-lo, clique AQUI
Bem, por hoje é só. Qualquer comentário sobre as matérias dessa semana, peço, se possível, que seja postado no próprio site.
Bom final de semana e bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE

Tratamento do Lixo Hospitalar: Alteração da Legislação - Partes 1 e 2

Transplante curou um americano do vírus HIV

"Transplante curou um americano do vírus HIV
Paciente fez transplante para leucemia e recebeu imunidade
células-tronco (imagens do Google)
BERLIM (AE-AP) – Um transplante de sangue muito pouco comum aparentemente curou um norte-americano do vírus HIV, causador da AIDS. Os médicos advertem, porém, que  esse não poderia ser um método para uso generalizado entre os portadores da doença. Timothy Ray Brown, de 40 anos e morador de Berlim, na Alemanha, recebeu um transplante de células-tronco sanguíneas para tratar uma leucemia em 2007 (ele já era portador do vírus HIV antes do transplante). Seu doador não somente era compatível, mas também tinha uma mutação genética que dava a ele resistência natural ao HIV. Agora, três anos depois, o receptor do transplante deixou de apresentar sinais de leucemia e de HIV, segundo um estudo divulgado na revista científica Blood.
“Esta é uma prova interessante do conceito de que um paciente poderia ser curado do HIV com medidas extraordinárias”, mas é demasiado arriscado para que se converta em uma terapia regular, inclusive se houvessem doadores compatíveis, explicou o médico Michael Saag, da Universidade do Alabama, na cidade de Birmingham. Saag é ex-presidente da Associação Médica para o HIV, entidade de médicos especializados no tratamento da doença.
Os transplantes de medula óssea, ou mais comumente hoje de células-tronco sanguíneas, são realizadas para tratar o câncer, e os riscos que representam para as pessoas saudáveis são desconhecidos. O procedimento implica destruir o sistema imune original dos doentes com medicamentos poderosos, para substitui-los com as células do doador, a fim de criar um novo sistema imune. A mortalidade desse tipo de operações ou de suas complicações podem ser de 5% ou mais, disse Saag.
“Não podemos aplicar este método particular nos indivíduos saudáveis, pois o risco é muito alto”, especialmente quando os remédios podem manter o HIV controlado na maioria dos casos, notou Saag. A menos que uma pessoa com HIV também tivesse câncer, não se consideraria um transplante, acrescentou ele.
Quando surgiu pela primeira vez o caso do paciente de Berlim, há dois anos, o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias y Enfermidades Infecciosas, disse que o procedimento era demasiado custoso e arriscado para se tornar uma cura prática, mas que poderia dar mais pistas para se utilizar uma terapia genética ou outros métodos para alcançar o mesmo resultado. Essa descoberta pode liderar pesquisas que levam a uma cura universal, pois a terapia genética pode ser utilizada para transformar a imunidade existente em um paciente em um sistema resistente ao HIV."
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Transcrito da Folha de Pernambuco - Editoria Planeta, pág. 10, Recife, quinta-feira, 16/12/10.
Imagem disponibilizada em http://www.eticacelulastronco.blogspot.com/ e acessada em 17/12/10

Lei sobre Clonagem de Animais

Gilberto Brasil e o Peixe Killifish

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Maracujá - produção dos alunos do Prof. Marccus Alves

Newsletter no 37/2010: Prof. Marccus Alves*: Estilo de Ensinar

Marque a resposta correta para a seguinte pergunta:
Qual é o perfil do professor homenageado no CCB?
a)    Ele conversa com o aluno no corredor sobre futebol, novela ou assemelhados;
b)    é muito competente, mas sua sala de aula é “a casa de mãe joana”;
c)    é visto no bar da esquina, com o aluno, às sextas-feiras após a aula;
d)    sempre tem alguém apresentando o filhinho recém-nascido a ele;
e)    já foi padrinho de casamento de alguns alunos;
f)     todas as anteriores e muito mais!
Prof. Marccus Alves - UFPE
Sem considerar o mérito das respostas acima, se marcou qualquer delas, você está ABSOLUTAMENTE E.....RRADO! Nem sempre o professor homenageado é o campeão de popularidade. O Prof. Marccus Alves, por exemplo, não se considera tão simpático assim, porém, é um dos frequentadores assíduos das placas de formatura nessa categoria. Sendo professor dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e do PARFOR (2a. Licenciatura da UFPE para professores da rede estadual de Pernambuco), ele é o entrevistado da semana sobre seu estilo de ensinar.
EXISTE ALGUMA DIFERENÇA ENTRE O ALUNO DA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DO CCB E AQUELE QUE FAZ A 2ª. LICENCIATURA UFPE?
Eles são completamente diferentes! No comprometimento, na atenção, na dedicação, ...! Isso porque a visão é diferente: o aluno da Licenciatura do CCB procura o curso noturno porque trabalha; já o que procura a 2ª. Licenciatura é para se legalizar, porque já é professor diplomado, porém, não na disciplina que ministra.
HOUVE ALGUMA MUDANÇA NA LICENCIATURA DO CCB COM O CORRER DOS ANOS?
Ministro aulas há 15 anos, e houve uma mudança gradual. O público está totalmente diferente de antes, quando o curso era escolhido por ser de mais fácil aprovação no Vestibular. Hoje, as pessoas optam, porque têm interesse em Biologia.

COMO VOCÊ SE PERCEBE COMO PROFESSOR?
Eu me sinto um educador, um formador de pessoas na área de recursos humanos. Não consigo me ver em papel diferente. Sinto-me feliz como professor universitário; sinto-me realizado formando pessoas. É uma satisfação profissional.
QUE VISÃO OS ALUNOS TÊM DE VOCÊ?
Eu não sou popular entre eles! Ao contrário, sou exigente, comprometido com a temática do trabalho, rigoroso. Cumpro datas e horário, e minha prova é para quem estudou. Porém, não me vejo injusto. Não sou amigo para tomar chope. Converso no corredor e na minha sala particular apenas para falar de assuntos relacionados à minha profissão.

DE ACORDO COM SUA EXPERIÊNCIA, O QUE NÃO DÁ EM CERTO SALA DE AULA?
Estudo dirigido e leitura não dão certo. Isso porque poucas pessoas leem o suficiente para realizar uma discussão em sala; não fazem uma leitura profunda. Geralmente, leem antes de a aula começar.
Outra coisa que não dá certo são as práticas que necessitem de muita atenção do aluno, já que elas acontecem sempre no final do turno. Então, a preocupação com o transporte (alguns moram em Vitória; o ônibus, depois de um certo horário, não entra mais no campus; ou é o último da noite, ...) e o cansaço atrapalham muito.

E O QUE FUNCIONA?
Práticas de observação e complementação da informação funcionam. O tipo de exercício também tem que ser diferente. Trabalho com vídeo também funciona. O aluno tem habilidades que não percebe para sua vida profissional. No trabalho que realizei com produção de vídeos nesse semestre, os alunos criaram e desenvolveram ideias e estudaram para produzir esses vídeos. Os ganhos dessa produção foram habilidade com essa ferramenta, habilidade para trabalhar em grupo e ter que pensar para desenvolver uma ideia.  A construção do vídeo foi o grande mérito. Excursões nos finais de semana também funcionam, porque é uma vez por mês, e o aluno se programa para participar.

VOCÊ PRETENDE CONTINUAR A VIDA TODA COMO PROFESSOR?
Sou melhor professor do que pesquisador, porque cumpro bem o que me proponho. Fui criado num universo familiar de formação de pessoas (minha mãe era pedagoga, e o processo educativo continuava em casa). Ser professor e ministrar aulas nunca foi algo que me desgastasse. O problema do ensino são as condições de trabalho e carga horária insana. Minhas aulas versam acerca do conhecimento geral, transversal à disciplina; não, necessariamente, sobre o tema da minha pesquisa.
QUAIS SÃO SUAS CONSIDERAÇÕES FINAIS?
Sou muito satisfeito com o que faço; escolhi, curti muito o meu processo de formação. Sou privilegiado em fazer o que gosto, tanto no trabalho com graduandos quanto com orientandos. E os alunos percebem isso, porque me entusiasmo ministrando aula. Sou um professor que impõe limites: o aluno não sai e entra quando quer, nem fala ao telefone durante a aula. Ele percebe que existem regras; e o aluno gosta que existam regras, mesmo quando ele reclama, porque, às vezes, ele não tem isso em casa. Ele percebe que é alguém preocupado com o aprendizado dele. Ser professor universitário transcende a instituição, e os alunos, no final, aprendem.
_______________________________
*Prof.Dr. Marccus Vinicius da Silva Alves
Bacharel em Biologia Marinha e Licenciado em Ciências Biológicas.

Doutorado em Botânica.
Atualmente, professor de Botânica Fanerogâmica da UFPE nos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e PARFOR (2ª. Licenciatura em Ciências Biológicas para professores do Estado de Pernambuco).

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Newsletter no. 36/2010: Diário de Bordo

Foram 30 dias de férias nesse mês de novembro, e cá estou eu de volta às minhas funções. Naquela ocasião, também aproveitei para conhecer o trabalho dos meus colegas na Universidade de Brasília e “trocar figurinhas” sobre os assuntos em comum.

Instituto de Ciências Biológicas
da UnB
 Comecei visitando o Instituto de Ciências Biológicas onde assisti a uma palestra promovida pela Licenciatura em Ciências Biológicas sobre a realidade do ensino público em Goiás. Infelizmente, as coisas também não andam bem naquele Estado, a exemplo do sistema de ciclagem, no qual o aluno é obrigado a permanecer num determinado ciclo para sua faixa etária, não importando se ele possui mais ou menos competência. Ou seja: se ele já domina a leitura, mas não tem idade para estar em outro ciclo, é obrigado a ficar junto com aqueles que ainda não sabem ler; por outro lado, se ele tem idade para estar com alunos que já sabem ler, mesmo que ele não saiba, ficará com os alfabetizados.  

Uma coisa muito boa existente na UnB é o Restaurante Universitário em pleno funcionamento e aberto a todos. A comida é muito básica (no dia que lá almocei, o cardápio foi arroz, feijão, bife, molho vinagrete, suco e uma fatia de melancia), porém, alunos e funcionários das Federais pagam R$ 2,50, e o público em geral  R$ 5,00.  

Quanto ao trabalho dos TAEs, minha colega acabara de chegar ao setor e ainda estava se familiarizando com suas novas atribuições; contudo, ela já tinha experiência no acompanhamento das atividades dos bolsistas Reuni. No horário que cheguei, a TAE estava de saída para resolver algo em outra parte da Universidade, portanto, conversei, basicamente, com a psicóloga escolar Marina Figueredo, que integra a equipe do SOU (Serviço de Orientação ao Universitário) da UnB, equivalente ao DAE (Departamento de Assistência Estudantil) da UFPE.
Restaurante Universitário da UnB

Grosso modo, o serviço pedagógico da UnB atende seus alunos através do SOU, para onde eles se dirigem ou são encaminhados, geralmente, de forma “curativa”; enquanto que a UFPE trabalha em duas frentes: com os TAEs, que atuam na prevenção dos problemas do ensino e, caso esses problemas não sejam resolvidos nos Centros, os alunos são direcionados à equipe do DAE, composta de assistentes sociais e psicólogas, que trabalham mais diretamente com os alunos internos da Casa do Estudante. 

A psicóloga escolar com a qual conversei elogiou bastante a iniciativa da UFPE em alocar a maioria dos TAEs nos Centros, diferentemente  da UnB, que concentra tudo no SOU. Ela me falou que, ao contrário do que possa parecer, a ideia inicial de colocar  tudo num só lugar não objetivava a uma centralização das ações, mas, justamente, evitar um ensino fragmentado e estanque.  Porém, reconheceu que essa decisão, tomada quando da criação da UnB, não mais se aplica aos dias atuais, inclusive por conta do grande crescimento daquela Universidade.

Marina Figueredo (dir. de lilás),
psicóloga escolar da equipe
do SOU da UnB.

Também foi muito elogiado o nosso modelo de acompanhamento mais individualizado do ensino, que atua de maneira preventiva nas duas vertentes (professor e aluno) quanto às questões de evasão, retenção e jubilamento, além da nossa comunicação com os professores (newsletter e blog), que visa à conscientização e ajuda quanto às questões pedagógicas. 

No mais, tanto a UFPE quanto a UnB desenvolvem um trabalho de orientação pedagógica bem parecido, e gostaria de expressar aqui meu agradecimento àquela equipe de profissionais pela forma gentil com a qual fui atendida naquela oportunidade.
Bem, por hoje, ficamos por aqui.
Bom final de semana a todos e bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Newsletter no. 35/2010: Depressão Pós-Faculdade

Você passa quatro ou cinco anos indo para o mesmo lugar todos os dias, vendo as mesmas pessoas, falando sobre o mesmo assunto, [...] reclamando dos mesmos problemas, comendo o mesmo salgado murcho, bebendo no mesmo boteco. Você passa quatro anos querendo sair mais cedo da aula todos os dias, contando as moedas pra tirar mais uma das milhares de xerox, se revoltando com a quantidade de páginas da xerox, se perdendo nos corredores da biblioteca pra achar o bendito livro, se desesperando nas provas, quebrando a cabeça pra fazer uma pauta, deixando de dormir até mais tarde no fim de semana pra fazer o tal do trabalho, indo dormir mais tarde pra fazer o tal do trabalho. Isso tudo, sem contar o último ano, em que todos esses fatores são multiplicados por quantas vezes você achar melhor.

E lá vem o TCC, que tira seu tempo, seu sono, sua paciência, seus fins de semana, seus feriados, suas refeições bem feitas, seu namorado, suas noites bem-dormidas, sua diversão. Mas, em compensação, você ganha, entre os itens que mais se destacam, um belo par de olheiras e aversão a gráficas [...] e impressoras (um grande parabéns aos que não quebraram ou não deram pelo menos um soco em alguma). Não podemos deixar de citar as brigas com o seu grupo e as incontáveis vezes em que você escreveu, reescreveu, editou, gravou, fotografou, deletou tudo e começou de novo.

Chega o grande dia e, junto com ele, um imenso alívio. É isso. Acabou. Tchau. Bye bye. Até mais. Te vejo por aí. Você trabalha e depois das 18 h vai para casa. No dia seguinte também. E no outro, e no outro. Alguns arrumam outras atividades pra ocupar o tempo. Outros simplesmente vão pra casa, sentam-se no sofá e assistem TV, dormem, comem, babam na almofada sem se importar em ver o tempo passar. Mas, tem também aqueles que sentem um enorme vazio. Cadê os meus amigos pra conversar? E os textos que eu tinha pra ler? Para onde foram professores que eu parava para trocar ideia no corredor? Cadê tudo o que eu fazia todos os dias? Cadê as pessoas que eu convivia? Acabou.


Sintomas da DPF

É, meu amigo. Está com esses sintomas? Então você está com a tal da DPF – Depressão pós- faculdade. Tudo aquilo que você xingou por anos, agora faz uma falta enorme aí na sua vida. Ficou um buraco. E se você não aproveitou, esse buraco fica ainda maior. Portanto, se durante os quatro ou cinco anos você não quis comer aquele salgado gorduroso, tomar cerveja no boteco da esquina, comprar a trufa que sua colega vendia, fazer a pauta, escrever a matéria, gravar o programa, pegar a sonora, fotografar o fulano, diagramar o texto, estudar pra prova, pedir pro professor tirar sua falta, conversar durante a aula e tomar bronca, dar uma de nerd e responder o que o professor pergunta e muito, muuuuito mais... perdeu. Se você está entrando na faculdade agora, aproveite cada minuto. Xingue, mas não deixe nada passar. Essa com certeza está sendo uma das melhores épocas da sua vida. E que, da faculdade, você tire pelo menos esta lição: os momentos e as pessoas são únicos! E as oportunidades também.
(Artigo escrito por Giovana - Tecnóloga em Biocombustíveis pela UFPR - Disponibilizado em http://blogdopedrotti.blogspot.com/ . Acessado em 27/09/10)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Newsletter no. 34/2010: Professor e Pesquisador

Responda rápido:
·         Já teve a sensação de que ensinar é uma perda de tempo?
·         Que, por mais que se esforce, os resultados ficam aquém do esperado?
·        Já sentiu como se o aluno não entendesse sua intenção e ainda contestasse sua  autoridade e liderança?
·        Já foi injustiçado até mesmo por bons alunos?
·         Já quis parafrasear Marx, gritando: “Professores do mundo inteiro, uni-vos”?

Se você respondeu sim a, pelo menos, duas perguntas, bem-vindo ao clube! Estamos vivendo, mesmo, uma crise de autoridade, liderança e responsabilidade no ensino de forma geral. E quem mais se ressente disso é, justamente, o professor idealista, bem intencionado e com visão de futuro – aquele que faz tudo para que a Educação dê certo.
Lawrence Stenhouse
Esse desconforto parece característico da pós modernidade, porém, isso já era comum nos anos de 1930. Na década de 1970, um professor britânico chamado Lawrence Stenhouse e seus colegas fundaram o Centre for Applied Research in Education dentro da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, tendo como objetivo construir um modelo de educação no qual todo professor fosse capaz de manter sua autoridade, liderança e responsabilidade em sala de aula, sem que, para isso, tivesse que apelar para seu “conhecimento doutoral”.  
Mas, não é nesse saber inquestionável que se baseia a autoridade e a liderança do professor? Em 1979, na sua aula inaugural Research as a Basis for Teaching, proferida na mesma Universidade de East Anglia, Stenhouse afirmava que não, apesar de essa ser a crença suposta e incentivada nas escolas e universidades da época. Para que todo professor tivesse essas prerrogativas sem a necessidade de presumir-se onisciente, ele construiu um modelo: o do professor-pesquisador.
Como seria esse modelo? Stenhouse defendia que o professor-pesquisador era aquele que tinha pleno domínio da sua prática pedagógica. Em outras palavras, aquele que transformava a sala de aula em laboratório de investigação do próprio fazer, levando em conta o aluno e sua comunidade. Para Stenhouse, ensino e pesquisa não deveriam caminhar separados; mas, sim haver uma integração entre o conteúdo a ser ministrado e a investigação da forma como esse conteúdo seria ensinado, objetivando a encontrar melhores saídas de aprendizagem - é o que ele chamou de pesquisa-ação, realizada pelo próprio docente e não por um pesquisador externo. Ele também dizia que, numa situação ideal, o professor é quem deveria determinar o currículo de seu próprio aluno.
As ideias de Stenhouse nos parecem óbvias, porque se nos propomos a pesquisar o que ensinamos, e a nossa pesquisa contribui para o desenvolvimento da aprendizagem em sala de aula, nossa classe se tornará um "laboratório humano". Mas, se desenvolvemos o ensino e a pesquisa como coisas dissociadas e até mesmo contrárias, teremos sempre a sensação de que estamos perdendo tempo, e que deveríamos nos dedicar a coisas até "mais lucrativas".
Porém, em que se embasavam os conceitos de professor-pesquisador  e de pesquisa-ação? Bem, Stenhouse cria que o aluno tinha o direito ao saber; que deveria existir uma conexão entre o conteúdo ministrado e o conhecimento de mundo do aluno; que o melhor método pedagógico era o diálogo; e que o ensino mais eficaz baseava-se em pesquisa e descoberta. Também acreditava que o professor não poderia ser um mero transmissor de conhecimentos, porém, uma pessoa que pensasse e analisasse o seu ofício.
Tendo em vista o pensamento de Stenhouse, podemos levantar algumas perguntas para o professor-pesquisador de hoje: Por que determinada atividade dá (ou não dá!) certo em sala de aula? Por que o aluno não consegue entender assuntos que nos parecem óbvios? Por que conseguimos bons resultados em determinado turno e não conseguimos em outro? Será que é apropriado o ensino de determinado conteúdo em determinado momento? Nossa pesquisa está desvinculada do nosso ensino? Por que ensinar parece uma atividade tão desmotivante?
Por hoje, ficamos por aqui.
Bom final de semana e bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Newsletter no. 33/2010: Tempo de aprender

Um dos assuntos mais recorrentes na escuta dos alunos é a questão do tempo. No geral, falamos de dois tipos: o tempo didático (aquele no qual o professor organiza o conteúdo a ser ministrado em respeito a uma exigência legal. Por exemplo, 50 minutos de aula, carga horária de 45 horas etc) e o tempo de aprendizagem (no qual o aluno constroi seu próprio conhecimento através do “equilíbrio-desequilíbrio” de suas estruturas mentais, integrando a nova informação ao que ele já possui. Essa integração não tem “prazo fixo” e não se limita, necessariamente, à sala de aula).

E por que esse assunto é tão recorrente? Porque, tendemos a desrespeitar a diferença entre ambos, acreditando que os dois são a mesma coisa.  Exemplo 1: “Quanto mais melhor” – nesse caso, defendemos que ensinar é transmitir conhecimento e nos preocupamos com a limitação do tempo didático. Para suprir essa limitação, enchemos a cabeça do aluno de conteúdo, além de exigir leitura de copiosa bibliografia antes de cada avaliação. Exemplo 2: “Vamos terminar logo com isso” – não é muito diferente do primeiro, porém, com um detalhe: preenchemos todo o “tempo vago” que descobrirmos no horário. Ou seja: marcamos “aulas extras” nos dias sem previsão de aula, justamente, no tempo que o aluno teria para o aprofundamento das disciplinas; “aproveitamos” o horário do almoço para provas; os finais de semana para atividades "obrigatórias", sem que haja um forte motivo para essa pressa, a não ser, talvez, a nossa própria conveniência.      

Aprender = ler?

Ora, se entendemos que aprender é construir algo novo, integrando a nova informação com o conhecimento que já possuímos, o tempo terá um papel importantíssimo nesse processo. Porque é preciso tempo para que haja reflexão, insights e generalização do que foi ministrado.  Por mais que amemos nossa disciplina, não podemos nos esquecer de que ela não é a única a ser aprendida; que o dia só tem 24 h e que, enquanto isso, o aluno precisa continuar vivendo. Sem tempo hábil para reflexão e aprofundamento, não há aprendizagem. No máximo, uma memorização de curto prazo, baseada na leitura “pim-pam-pum” dos textos obrigatórios ou do “estudo” dos gabaritos postados na Internet às vésperas da prova da vez. Sem tempo, não se dorme. E o sono é essencial para que o cérebro processe o que recebeu e produza o “ahhhh, é por isso que ...!”.
Não. Não estou defendendo a abolição da leitura nem a superficialidade do conteúdo – aliás, ler é atividade básica a qual todo universitário precisa estar habituado. Mas, dada a rapidez do conhecimento, o que ensinamos hoje já pode estar desatualizado, enquanto tentamos ministrar aulas a duras penas.
Então, qual seria a alternativa? Sugiro a otimização do tempo através da incorporação de outras mídias em nossas aulas, tais como animações, vídeos, cd-roms, músicas etc, a depender do conteúdo. Esses recursos, se bem escolhidos, provocam muita reflexão sobre o que está sendo ensinado, economizando o tempo de aprendizagem e esticando o tempo didático para além da sala de aula.


Fazendo as pazes
Uma mídia bem elaborada vale por mil palavras, nossas e de um livro, porque ela é densa de conteúdo e permeará a disciplina durante todo o semestre. Não que devamos abolir o livro! Ao contrário: façamos as pazes com ele! Não como um "castigo obrigatório", mas como um material de consulta quase semelhante ao dicionário. Finalizando, vejamos o que diz o Pró-reitor de Extensão Universitária da UNESP (Universidade Estadual Paulista) Prof. Benedito Barraviera, que trabalha, desde de 1997, com parte da disciplina Doenças Tropicais, de forma não-presencial, no curso de Medicina:
              "’Tudo começou porque um dia, ao entrar para dar aula, percebi que iria repetir pela terceira vez exatamente o que tinha apresentando e explicado para outras duas turmas. Fazer a mesma coisa várias vezes não acrescenta nada a ninguém, além de ser algo enfadonho’, conta. [...] Barraviera exemplifica contando que levava 40 minutos para demonstrar para seus alunos como a toxina do tétano chegava no sistema nervoso central da pessoa infectada. ‘Eu precisava fazer um desenho, rabiscá-lo, fazer a turma perceber a produção da toxina pela bactéria. Era preciso que eles imaginassem tudo e entendessem enquanto eu estava ali, na sala de aula’. conta. ‘No CD-Rom, montamos uma animação de 40 segundos que explica de maneira clara o que acontece. E o que é melhor, o aluno pode ver quantas vezes quiser, hoje, amanhã, daqui a uma semana. É claro que as chances dele entender são bem maiores"’.
Alguma dúvida? Maiores detalhes podem ser conferidos na íntegra da matéria Ensino não-presencial otimiza tempo de aprendizagem, no site http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=574 acessado em 14/10/10.
Por hoje, ficamos por aqui.
Bom final de semana e bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Newsletter no. 32/2010: Alô, alô!


Numa noite dessas, certo apresentador na televisão explicava que atendera, ao vivo, algumas pessoas em situações desesperadoras. Querendo personalizar aquele serviço de utilidade pública, ele sugerira que elas o procurassem em seu escritório particular, fornecendo maiores detalhes para que fosse resolvida a situação.  
No dia aprazado, nenhuma delas compareceu. O que teria acontecido? Suicídio coletivo? Que nada! Pouco depois, descobriu-se a causa da ausência: a palavra particular. Sim, porque para aqueles telespectadores, a maioria em situação financeira crítica, essa palavra significava desembolsar uma quantia em troca de seus problemas resolvidos – daí o “boicote geral”.
Esse fato exemplifica como as palavras são prenhes de carga emocional, ganhando conotações diferentes, dependendo da pessoa e do contexto em que estão inseridos – lembra daquela palavrinha que lhe incomodava tanto na sua infância ou adolescência e que lhe irrita até hoje? É a isso que me refiro.

O feedback necessário

Em Educação, situações polissêmicas são muito comuns. Quantas vezes já acreditamos que nos havíamos feito compreender, e a avaliação foi decepcionante? É muito complicado! É muito complicado garantirmos que fomos plenamente entendidos, principalmente, em se tratando de algo totalmente novo. É necessário um apropriado feedback.

Então, quer dizer que o aluno mente a esse respeito? Às vezes, sim, por razões diversas. Porém, refiro-me a situações quando ele “pensa que entendeu”! Cada um de nós tem sua forma particular de percepção do mundo. Teóricos da Neurolinguística afirmam que a diferença entre o aluno que diz “Veja, professor” para o que fala “Ouça, professor” é que o primeiro utiliza mais a visão, enquanto que o segundo prefere a audição como forma de captar a realidade.

Então, como testar se fomos entendidos ou não? Experimentemos a seguinte técnica, sem informar ao aluno o nosso objetivo:
1.   Na apresentação de um novo conceito, depois que todos concordarem não existir mais nenhuma dúvida quanto a ele, peçamos, aleatoriamente (não ao melhor aluno!), que alguém explique, com suas próprias palavras, o que acabamos de conceituar;
2.   após essa nova explicação, certa ou errada, não demonstremos qualquer reação a ela, mas perguntemos se todos concordam com o “voluntário”;
3.   concordando ou discordando, peçamos agora que outras pessoas façam o mesmo que esse aluno, só para termos noção da “amplitude do fato”.

Se as idéias forem semelhantes às nossas, ótimo! Conseguimos nos fazer entender e o aluno incorporou a informação nova às estruturas mentais que já possuía; ou seja, ele construiu conhecimento. Mas, em algumas vezes, os alunos terão compreendido justamente ao contrário do que dizíamos! E isso não significa qualquer “deficiência”! Apenas confirma que as palavras têm significado para além do que está no dicionário; e que, relacionadas à nossa experiência de vida, elas influenciam nossa percepção de mundo – e não estamos falando de gírias!

Escolhemos as palavras que mais “combinam” conosco. Nosso vocabulário ativo reflete nossos valores, nosso temperamento, nossa cultura, nossa forma de aprender, entre outros. Ou seja, entendemos a nossa própria emoção. E isso é bom ou ruim? Bem, pelo menos os ruídos da comunicação nos obrigam a aceitar as próprias e alheias “ininteligências” como resultantes das limitações que nos tornam humanos. 
Por hoje, ficamos por aqui.
Bom final de semana e bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE
  

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Newsletter no. 31/2010: O Retorno

A universidade pública forma milhares de profissionais em todas as áreas a cada ano, e uma parte deles não teria essa oportunidade se ela não existisse. Mesmo universidades particulares de alto padrão não dispõem de tantos recursos financeiros, por exemplo, para a pesquisa de ponta, ou para áreas que, apesar de imprescindíveis, não dariam um retorno imediato. E por falar em retorno, haveria uma forma mais rápida de a sociedade obte-lo? Temos que esperar até o início da vida profissional do aluno para sentirmo-nos recompensados pelo pagamento de nossos impostos? 

Uma das respostas a essas perguntas é a extensão universitária. Com ela, a sociedade não tem que esperar até que o profissional esteja “pronto e acabado” para usufruir dos benefícios sociais de sua contribuição. O aluno pode retribuir ainda no estágio em que ele está.

Mas a atividade extensionista requer tempo e planejamento, e um aluno da posgraduação, por exemplo, anda às voltas com muitas atividades e prazos a serem cumpridos. Como ainda arranjar espaço nesse cotidiano? Impossível!
Impossível até agora! Porque o colegiado da Posgraduação em Inovação Terapêutica acaba de incluir em sua matriz curricular uma nova disciplina eletiva, de caráter extensionista, chamada Educação em Saúde. Numa parceria com a Prefeitura Municipal de Goiana (PE) e com a ANVISA, a UFPE será a pioneira na ministração desse conteúdo; porém, a USP, a UFRGS, a UFMG e a UFOP também o farão posteriormente.
Profa. Maria Eduarda e alunos do PPGIT
Na ANVISA, a equipe técnica de educação em saúde sempre foi em número insuficiente para a demanda. Com esse projeto, o alcance da Instituição se ampliará através da capacitação de posgraduandos treinados pela referida equipe; e esses alunos do CCB serão os multiplicadores desse conteúdo junto aos professores da Educação Básica na referida Cidade, utilizando o material de apoio daquela Instituição.

Mas, por que Goiana? Não existe necessidade mais próxima daqui? Seria até mais econômico e menos desgastante para todos, e o acompanhamento das ações seria melhor realizado! Ora, essa cidade foi escolhida porque, com a chegada da Hemobrás, será criado no local um polo farmoquímico e de biotecnologia, que atuará juntamente com o Centro Tecnológico de Fármacos - escola técnica que objetiva ao empreendedorismo e à capacitação tecnológica específica.  Para esse polo de saúde, convergirá todo o sangue do Brasil, e Pernambuco não precisará deixar aquela população à margem das conquistas e atuando em “subempregos hemoderivados”.
 

Profa. Sílvia (esq.) e Profa. Suely
com os representantes da
Prefeitura de Goiana (PE).
 

Mas, qual será o papel da Prefeitura de Goiana nisso tudo?
Será de arregimentar os professores da Educação Básica das redes de ensino daquele município e fornecer-lhes transporte, além de refeição a todos os participantes da parceria durante as 30 horas práticas no CTF. Aliás, como Saúde é um tema transversal, qualquer professor que corresponda ao perfil acima citado poderá fazer parte dessa capacitação, independentemente de sua disciplina; inclusive, a avaliação dos multiplicadores será feita por esse mesmo docente.


Profa. Maria do Carmo e Profa. Marina
(as duas à dir.) com alunos do PPGIT  
 
Mas, e os posgraduandos? Que contrapartida terão no curso?
A eletiva Educação em Saúde, que será coordenada pelo Prof. Bruno Severo Gomes (CCB – UFPE), com a participação da Profa. Silvana Nair Leite (UFSC) e da Profa. Fátima Cruz (CE – UFPE), equivalerá a 04 créditos: 30 horas teóricas e 30 horas práticas. Qualquer pósgraduando interessado poderá se matricular, e as inscrições se iniciam no dia 18 de outubro desse ano, não havendo qualquer outro pré-requisito, a não ser vontade de participar.
Os detalhes dessa parceria foram apresentados pela Coordenadora do PPGIT Profa. Suely Galdino, na tarde do dia 27 de setembro último, na Sala do Conselho Departamental do CCB, aos representantes da Prefeitura de Goiana - Secretário de Saúde Sr. Isidoro Guedes, Assessor do Gabinete Sr. Ernani Miranda e Coordenador da Assistência Farmacêutica Municipal Sr. Sandro Motta. Também fizeram-se presentes, a Diretora em Exercício do CCB Profa. Sílvia Moraes, professores e alunos da posgraduação do PPGIT e a TAE do Centro.
Maiores informações no telefone 2126-8947.
Ficamos por aqui.
Bom final de semana e bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE

sábado, 25 de setembro de 2010

Newsletter no. 30/2010: Sem complexo de avestruz

Você poderia citar algumas das coisas mais desagradáveis, do ponto de vista burocrático, no cotidiano de um professor? Bem, eu citaria três, não necessariamente nesta ordem:
1.   Solicitação de revisão de prova por um grande número de alunos;
2.   alto índice de evasão na sua disciplina eletiva;
3.   cancelamento de sua eletiva por número insuficiente de alunos inscritos.  
O primeiro caso é desagradável, principalmente, pelas emoções que se afloram de ambos os lados. Como resolver o problema? Eu diria que podemos economizar tempo e paciência instituindo, sistematicamente, uma espécie de “dia oficial da correção coletiva da prova”. Ou seja, no exato dia em que as avaliações fossem entregues, de posse de sua prova, o aluno acompanharia a resolução das questões, igualmente ele fez com as provas de seu vestibular.
Mesmo aquelas do tipo “fale ou dê sua opinião” poderiam ser resolvidas coletivamente, servindo até como revisão e fixação do conteúdo estudado. Insisto na palavra coletivamente, porque, de outra forma, demandaria esforço enorme e desnecessário. Para perguntas muito subjetivas, o professor diria quais os elementos que teriam que constar de uma resposta aceitável e completa.
Uma das vantagens da resposta coletiva no dia da entrega da prova é que, além de “acalmar as emoções”, o professor ganha uma aliada contra os “injustiçados de plantão”: aquele aluno que não frequentou as aulas ou que não estudou o suficiente pensará duas vezes antes de exigir o que a sala inteira é testemunha de que ele não merece.
E por falar em avaliação, que tal um simulado de vez em quando para o aluno “medir a força”? - o professor também não precisaria corrigir individualmente. O simulado é vantajoso, porque o aluno toma conhecimento do estilo do professor antes do “pra valer”, principalmente, em turmas iniciantes na universidade ou naquele conteúdo.   
Quanto ao alto índice de evasão numa eletiva, por que o aluno se evade de algo que ele próprio escolheu? Uma das causas é a diferença de expectativa entre quem criou a disciplina e quem pretende cursa-la. Pode acontecer de o aluno fantasiar acerca da proposta, ou o professor não perceber a necessidade de uma transposição didática mais direcionada àquela clientela específica. Como conciliar?
A Profa. Cecília Alves encontrou uma solução: antes do início da disciplina, ela reúne todos os alunos matriculados e apresenta a sua proposta. Isso é útil, principalmente se o nome da disciplina não for tão “tradicional” ou se a eletiva corre o risco de “despertar a fantasia” do aluno, por exemplo, na semelhança com determinados filmes policiais da televisão. Quando o professor assim o faz, ele dá a chance de o aluno se comprometer ou desistir da disciplina ainda no período de modificação da matrícula; como também há a possibilidade de “ajuste”, conforme o que foi ouvido, se possível - não é porque as visões foram divergentes no início que elas têm, necessariamente, de continuar como estão.
Quanto à ocorrência de um grande número de cancelamentos de eletivas por insuficiente número de inscritos, isso é mais comum do que supomos – certa vez, tivemos, no mesmo semestre letivo, 20 eletivas canceladas dentro de um mesmo curso. É desagradável, porque passa uma das duas impressões: (1) ou aluno não se interessa pelo conteúdo específico do curso (2) ou quem cria a eletiva só pensa em sua própria conveniência. Nesse último caso, muitas vezes, a afinidade do professor com determinado conteúdo é tão grande que o leva a supor que o aluno entenderá, automaticamente, a sua proposta apenas lendo o nome atribuído àquela disciplina. Aliás, é bom dedicar mais tempo quando da criação de nomes em geral para que não pareçam ementa, evoquem imagens simplistas ou sugiram práticas muito além das que se pretende.  
Para ajustar a expectativa do aluno com a conveniência do professor em relação a eletivas, uma opção pode ser passar um questionário no final de cada semestre com o objetivo de descobrir quais os reais interesses do aluno e, através desse levantamento, construir soluções mais adequadas e realistas de conteúdo.
Por hoje, ficamos por aqui.
Bom final de semana e bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Newsletter no. 29/2010: O Lugar da Emoção

Digamos que chegássemos à sala de aula hoje e a turma estivesse desmotivada, desatenta ou com cara de poucos amigos. Que alternativa teríamos para chamar a atenção dos alunos?
Vamos pensar um pouco. Dou-lhe 1, 2, 3! Eu escolheria a mesma técnica que a propaganda e a televisão utilizam: a emoção. Você já parou para pensar que a emoção pode ser uma alternativa pedagógica? Esquisito falar isso para o pessoal de Ciências, não? Deve ter alguém dizendo: “Lá vem ela novamente! Ciências é uma coisa exata, palpável, não tem “mais ou menos”, não dá para filosofar em cima...!” Essas coisas. Mas, encaremos a realidade: se a sala não está a fim de estudar, vai adiantar argumentar, encher o quadro de conteúdo, ameaçar? Melhor “sair pela direita (ou esquerda!) e tentar outra abordagem.
Vejamos bem! Não importa quão céticos e racionais sejamos; sempre haverá uma campanha publicitária direcionada a incentivar nosso consumo. E não adianta negar: somos "vítimas" (uns mais, outros menos) desse direcionamento, porque todos nós somos consumidores. Ora, se mega empresas, tão pragmáticas e focadas em resultados, não podem prescindir da emoção, porque professores poderiam? Pensando nisso, decidi sugerir o texto Quem é o culpado?, da Profa. Kênia Valença Correia, como introdução à próxima aula. Mas, como utilizar?
Surpreenda seus alunos com a seguinte técnica: 
1.  Coloque o texto no datashow (a princípio, não deixe que eles vejam as fotos nem    explique o que você vai fazer!).
2.   Peça uma leitura silenciosa e depois leia em voz alta de maneira bem expressiva.
3.   Faça perguntas, levante hipóteses e peça que eles justifiquem suas respostas. Explore os adjetivos e as imagens evocadas.
     Por exemplo: Do que trata esse texto? Por que o beijo é chamado de mortal e proibido? Quem beijou e quem foi beijado? Qual seria a diferença entre uma longa viagem por rio e essa mesma viagem pelo Atlântico? Quem é a praga planetária? Quais os outros adjetivos e a que eles se referem? De que culpa fala o texto?
4.    Após, digamos, 10 minutos de especulação, apresente as fotos, reexamine as hipóteses com a classe e veja o sorriso de surpresa iluminar o rosto de seu aluno!
5.    Acredite: dá certo! Ao contrário do início da aula, agora você terá uma classe predisposta a absorver o conteúdo “técnico” de sua disciplina!
(O artigo de hoje é dedicado ao Prof. Antônio Carlos Beltrão, alguém que acredita que emoção é essencial.)
Bom final de semana de bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE