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TAE Cristina Florêncio

Coordenadoria do Ensino de Ciências do Nordeste - CECINE

UFPE





sexta-feira, 14 de maio de 2010

Newsletter no. 10/2010: O Músico e o Professor

Grosso modo, qual seria a semelhança entre o músico e o professor? Podemos dizer que ambos vão aonde o povo está – no caso do professor, aonde está o aluno através da transposição didática, assunto abordado na newsletter nº 09.


Mas, espera aí! Vamos deixar o “Milton Nascimento aplicado à Educação” muito bem explicadinho, inclusive para esclarecer possíveis mal entendidos da semana passada! E dando uma olhada no avesso da transposição didática, percebemos que ela não é:



  • Dispensar o professor. Lógico! Apesar das telessalas e da EAD, não existe algo tipo “self service da Educação”! Em algum momento, vamos precisar de alguém que nos guie na construção do nosso conhecimento; portanto, o papel do especialista é determinante nesse processo.

  • Nivelar por baixo. A aula pode ter um bom nível sem ser, necessariamente, “grega” - até porque começar a ensinar “pelo alto” é perda de tempo e acúmulo desnecessário de estresse. Fazer a transposição didática é achar a “melhor forma”; é provocar o encontro obrigatório entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento trazido pelo aluno (aprendizagem significativa); é criar um link entre o conhecimento do professor e o conhecimento do aluno, porque aprender é edificar sobre estruturas já existentes. Então, mesmo indo aonde o aluno está, o importante é não permanecer “embaixo”, no conformismo de, apenas, dar acesso ao conhecimento.

  • Aprender brincando. Todo aprendizado passa, necessariamente, por um certo nível de estresse, até mesmo nos primeiros anos de vida, quando há grande concentração de atividades lúdicas. Daí por diante, principalmente no ambiente escolar, a convivência com esse estresse vai se somando a cada ano, ocorrendo picos dele em “ritos de passagem” como Vestibular, concursos públicos etc. Verdade que as políticas educacionais que defendem essa idéia de aprender sem estresse visam apenas a estatísticas que maquiam a realidade.

  • Reducionismo vocabular. Qualquer área do conhecimento tem sua linguagem própria, e o jargão técnico foi construído para facilitar a comunicação profissional. Já pensou se alguém tivesse que dizer “um distúrbio no qual os mastócitos, células produtoras de histamina envolvidas nas reações imunes, acumulam-se nos tecidos da pele e, às vezes, em várias outras partes do corpo” toda vez que quisesse se referir a “mastocitose.”? Quanto tempo perdido!

  • Aprovação em massa a qualquer custo. O documento Reuni propõe a redução anual dos percentuais de evasão e retenção, e sempre existem soluções simples e efetivas para tal (adiamento da disciplina para períodos posteriores, orientação da matrícula, criação de turmas de nivelamento, reestudo do conteúdo programático, adequação do horário da aula, monitoria voluntária com creditação de nota na disciplina, criação de eletivas preparatórias, criação de grupos de estudo voluntários, matrícula em cursos introdutórios em sites específicos, aumento das aulas práticas etc). Mas, a aprovação “geral e irrestrita” não pode ser perseguida a ferro e a fogo. Quem aprova “qualquer um” não deve estar fazendo a sua parte.

Terminando, deixo com vocês o link do show de Milton Nascimento no New Orleans Jazz Festival em 1991, cantando a canção  Pelos Bailes da Vida .

Bem, por hoje é só. Bom final de semana e bom descanso.

Cristina Florêncio

TAE do CCB - UFPE

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