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TAE Cristina Florêncio

Coordenadoria do Ensino de Ciências do Nordeste - CECINE

UFPE





sexta-feira, 21 de maio de 2010

Newsletter no. 11/2010: Construção

Estive pensando no porquê de resistirmos tanto em mesclar nossa prática pedagógica com outras atividades que não as tradicionais. Não digo jogar fora tudo o que é "velho" em nome de um modismo mal fundamentado, mas determinadas atividades até economizariam nosso tempo, se tentássemos utiliza-las. Até acreditamos que existam outras opções, mas na hora H, preferimos o conforto do chinelo velho. Estou me referindo às concepções de ensino-aprendizagem que estão por trás de nossa prática pedagógica.

Uma das concepções que podem nos levar à resistência é a ideia de que ensinar é transmitir conhecimento - a chamada "educação bancária": o professor "enche" a cabeça do aluno com o conhecimento, já que ele é o principal ator do processo (transmissor), enquanto que o aluno é o receptor de tudo; e a aprendizagem é o acúmulo desse conhecimento. Nessa concepção, o aluno não constroi conceitos, apenas os armazena, passivamente, acreditando que a palavra do professor é uma verdade estabelecida.

A segunda concepção tem relação com o Behaviorismo e o desenvolvimento da inteligência, a aprendizagem sendo sinônimo de desempenho. Portanto, quanto mais específico forem os objetivos, mais será possível detectar esse desempenho e mais o aluno terá aprendido. Essa concepção sozinha, apesar de incentivar a participação da classe, leva à fragmentação do conhecimento. 

Finalmente, a concepção sociointeracionista que acredita na corresponsabilidade do aluno por sua própria aprendizagem, já que ele (o aluno) é o ator principal desse processo. Nela, a aprendizagem se dá pela construção dos conceitos, à medida que o aluno é incentivado a confronta-los. Nesse caso, o professor é um gerador de situações que propiciem confronto de ideias. Mas, como ocorre esse confronto? Através da apresentação ao aluno de situações-problema para que, a partir delas, ele possa conceituar, generalizar e sistematizar, esses mesmos conceitos sendo retomados periodicamente em níveis mais complexos para que seja relacionado o novo conhecimento àquele já adquirido. 

Porém, o que eu estou querendo dizer com isso? Que aula expositiva está ultrapassada e o bom mesmo é a utilização de vídeos da Internet? Que as concepções mais antigas devem ser descartadas totalmente? Longe de mim!

As concepções mais tradicionais já foram consideradas avançadas no passado, então, o importante é aproveitar o que cada uma pode oferecer de útil hoje; às vezes, o caminho mais direto é o mais eficaz. Nada impede que uma aula expositiva seja desafiadora, se ela problematiza situações cotidianas; enquanto que a exibição pura e simples de um documentário científico pode ser apenas um modernoso "pretexto didático".
É isso. Bom final de semana e bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE 

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