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TAE Cristina Florêncio

Coordenadoria do Ensino de Ciências do Nordeste - CECINE

UFPE





sexta-feira, 2 de julho de 2010

Newsletter no. 17/2010: Ah, o Brasil perdeu!

Ah, estamos fora da Copa!  Que tristeza!  E agora?  
Dizem os comentaristas que foi falta de equilíbrio emocional. Emocional? Se fosse equilíbrio de peso, equilíbrio de técnica, equilíbrio no entrosamento, até que ia! Mas, equilíbrio emocional e, além do mais, equilíbrio? Futebol não é, antes de tudo, desequilíbrio emocional: todo mundo gritando, xingando, gastando, bebendo, ... essas coisas? 

Pois é. Para quem torce, é desequilíbrio seguido de catarse, que se refaz depois da partida; mas, para os jogadores, é ao contrário. Incrível como as emoções estão presentes em todas as situações, até mesmo na sala de aula! Já notou como é bem mais fácil assistir a um bom filme (mesmo quando seu enredo é difícil) que a um documentário tradicional, sendo ambos da mesma produtora? É que, geralmente, em documentários tradicionais falta a química da emoção. Felizmente, os produtores de documentários já tomaram consciência disso e já temos ótimas opções para uso pedagógico.

Mas, quais seriam as emoções em equilíbrio ou desequilíbrio, que permeiam uma sala de aula comum? Todas. Mesmo devendo enfatizar a solidariedade, a cooperação e o respeito mútuo, não podemos negar a existência da inveja, da preguiça e da raiva, por exemplo, e temos que conviver com isso. Não fazendo apologia à volta do sadismo pedagógico (longe de mim!), gostaria de contar uma história verídica ilustrativa do que estou me referindo.

Certa vez, meu professor de Química nos disse que fora um péssimo aluno de sua disciplina. Mas como, se ele, engenheiro químico e professor, amava tudo aquilo? – perguntamos todos. Ele nos contou. Na adolescência, pela manhã, caderno debaixo do braço, lá ia ele para a escola! De volta à casa, jogava o caderno em qualquer lugar, almoçava e batia bola a tarde toda. Invariavelmente! No outro dia, a mesma coisa: caderno embaixo do braço, lá ia “o estudante” rumo à sala de aula!

Ao final do mês, ele e outros colegas assemelhados compartilharam a mesma recompensa: zero em Química! Sem motivo aparente, o professor, no comentário da sala, dirigiu-se especificamente a ele, dizendo:

- “Tenho pena de seu caderno! Todos os dias aguentar a sua sovaqueira e você ainda tira zero na prova!”

Mas deu uma raiva tão grande, tão grande no então aluno, que ele resolveu estudar e tirar 10 na próxima avaliação “só pra mostrar ao professor”! E tirou mesmo! Tanto se dedicou à vingança, que começou a gostar da disciplina.  Ao final do ano, o mesmo professor,  referindo-se novamente a ele, disse:

- “Da mesma forma que eu sei criticar, sei elogiar. Parabéns! Você é o melhor aluno de Química do colégio”.

Não se trata de mais uma história PLIM-PLIM! (daquelas fantasiosas que assistimos na tv). É fato real. Descontada a estupidez representativa de uma época, você se lembra de outra situação na qual as emoções ajudaram a aprender?
Bom final de semana e bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB-UFPE

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