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TAE Cristina Florêncio

Coordenadoria do Ensino de Ciências do Nordeste - CECINE

UFPE





sexta-feira, 29 de abril de 2011

Newsletter no. 12 /2011: Professor de Lata

O que você acha de aposentarmos a figura do professor humano em sala de aula? Quando digo humano, não estou me referindo às características emocionais e afetivas, mas à gente mesmo, de carne e osso! Vamos aproveitar os editais de melhoria da qualidade de ensino que saem todos os anos e encomendar um professor-robô!


Saya, professora-robô substituta.

E por que não? Afinal, melhorar o ensino não é o mesmo que comprar equipamentos? E ainda teremos as seguintes vantagens: programar um indivíduo com competência e atualização incontestes, transposição didática adequada, sem problemas de relacionamento interpessoal e, de quebra, ele não adoece, não faz greve, tem excelente custo-benefício e não gera direitos trabalhistas. Bingo!  

Exagero meu? Então, saiba que já estão na ativa quatro modelos de professor-robô: duas versões para o ensino de crianças e adolescentes e capacitação de professores (Coreia do Sul); um como professor-substituto, principalmente em locais onde faltam docentes, e outro como robô-palestrante para alunos universitários (Japão).

Um dos modelos coreanos, o  Engkey, de aproximadamente R$ 12 mil, é um robô com todas as características que conhecemos; já seu outro correspondente pode ser controlado por um professor diretamente das Filipinas (onde a mão de obra é mais barata) e funciona como um equipamento para aula de crianças e adultos na modalidade telepresença. Esses “bonequinhos engraçadinhos” conseguem ler os livros físicos dos alunos e ainda têm mobilidade suficiente para as musiquinhas típicas das aulas infantis de inglês – e as crianças A-DO-RAM! Inclusive porque, conforme o depoimento de alguns adultos, (pasme!) é mais fácil conversar com o professor-robô do que com o professor humano.

A “indústria robótica” já está a todo vapor, porque o Ministério da Educação coreano pretende que, até 2013, haja um Engkey em cada jardim da infância(!).

Quanto às versões japonesas, além do robô-palestrante, merece destaque o modelo Saya, uma professora-robô que foi “promovida” (antes, ela atuava como recepcionista) e tem todas as características de uma pessoa de verdade, com a vantagem de suportar beliscões e puxões de cabelo de seus alunos mais incrédulos.

Porém, vamos pensar um pouco. Será que a “regra de três” mais verba = mais equipamento = melhoria da qualidade do ensino é sempre diretamente proporcional? Claro que precisamos de equipamentos em Educação! Mas, por que será que quando pensamos em melhorar o ensino, só lembramos de comprar equipamentos? Por que não lembramos de trabalhar as atitudes das pessoas no dia a dia? Será que as máquinas, por si sós, resolvem nosso problema? Afinal, não são as pessoas que, operando as máquinas e tendo as atitudes certas, fazem toda a diferença? Ou é melhor não arriscar e substituir os humanos pelas máquinas em sala de aula?
É isso.
Bom final de semana e bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE
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Um comentário:

  1. Não concordo com professores robôs, por simplesmente vários motivos como: não vai haver um diálogo de conversas entre professores e alunos, a aula pode servir de incentivo para a caiança a estar mais ligada ao mundo virtual,Vai ser uma aula chata onde alunos e professores não vão estar dialogando;tirando dúvidas;e a aula vai estar cada vez mais restrita em relação a isso,não será uma aula dinâmica e não vai haver amizade entre aluno e professor como muitas vesses tem.
    Isso é o que Beatriz Cabral, do estado da Bahia falado sobre minha opinião sobre robôs dando aula. Curso o ensino fundamental 2(8ºano, sétima série).

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