Houve um personagem surgido no Império Romano-Bizantino, que, ao final das Cruzadas, tornou-se muito comum nas cortes europeias: o pierrot ou curinga, mais conhecido como o bobo da corte - o rei procurava pessoas que não fossem de seu círculo de interesses para que, ocupando esse "cargo", pudessem questionar seu ponto-de-vista sobre os mais diversos assuntos.
Para a maioria das pessoas, a finalidade desse personagem era apenas fazer o monarca rir. Entretanto, o bobo da corte era a única pessoa a falar o que queria; era o único a expressar seu próprio pensamento, que, geralmente, era contrário ao do rei e de outros membros da nobreza, sem o risco de ser preso.
Tratando-se, às vezes, de uma pessoa com grave problema físico, que já provocava riso maldoso das pessoas (corcunda, anão etc), o bobo declamava poesias, dançava, tocava instrumento e era livre no agir, servindo também como mestre de cerimônias.
Apesar de as pessoas julgarem-no bobo, na verdade, ele era inteligente, atrevido e entendia muito de política; dizia o que as pessoas só pensavam, mas não ousavam falar; utilizava-se de sua máscara para expor a todos as ambições do rei, imitando suas esquisitices.
Apesar de as pessoas julgarem-no bobo, na verdade, ele era inteligente, atrevido e entendia muito de política; dizia o que as pessoas só pensavam, mas não ousavam falar; utilizava-se de sua máscara para expor a todos as ambições do rei, imitando suas esquisitices.
O papel do bobo da corte era de dupla face: representava o direito dos vassalos de manifestarem-se diante do poder reinante e mostrava ao monarca o que se passava na cabeça e coração das pessoas.
Em sala de aula ou na vida, de vez em quando, aparece alguém que é o nosso pierrot. Sempre esperto e com "noção do perigo”, ele não desafia frontalmente nossas ideias; porém, seu comportamento e palavras alteram radicalmente o jogo das coisas, à semelhança da carta do curinga.
Em sala de aula ou na vida, de vez em quando, aparece alguém que é o nosso pierrot. Sempre esperto e com "noção do perigo”, ele não desafia frontalmente nossas ideias; porém, seu comportamento e palavras alteram radicalmente o jogo das coisas, à semelhança da carta do curinga.
Quer gostemos ou não, todos nós, certamente precisaremos de um bobo da corte, mais cedo ou mais tarde. Porque seu comportamento atípico e suas palavras "sem nexo" apresentam-nos a nós mesmos e às verdades de nós escondidas pela nossa sociedade.
É isso.
Bom final de semana e bom descanso para todos.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE
É isso.
Bom final de semana e bom descanso para todos.
Cristina Florêncio
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