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TAE Cristina Florêncio

Coordenadoria do Ensino de Ciências do Nordeste - CECINE

UFPE





sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Newsletter nº 22/2011: Qual é o seu jogo?

Sabe aquela descoberta que seria um divisor de águas entre o pesquisador que você é hoje e o que se tornaria após publica-la - tipo assim: foi dormir uma pessoa comum e acordou matéria principal de revista científica? Pois bem, talvez isso esteja nas mãos de um grupo crescente de pessoas espalhadas pelo mundo inteiro e que dedica, de acordo com o Institute for the Future, 3 bilhões de horas semanas para resolver problemas complicados. A comunidade científica? Xi, passou longe! Os jogadores de games online! 

De acordo com a edição nº 298 da Revista Superinteressante deste mês de dezembro, em setembro passado, “uma comunidade de jogadores deu um importante passo na luta contra a aids. Mergulhados no jogo Foldit, no qual você brinca de encaixar aminoácidos até formar proteínas, eles conseguiram mapear, em poucos dias, a estrutura de uma enzima relacionada ao HIV, um problema que vinha derrotando cientistas e supercomputadores havia mais de uma década. Alguns dos gamers foram até incluídos como autores do artigo científico que divulgou a descoberta.”


Como assim? De graça? Pois é! É o que se chama de gamificação: “os elementos normalmente encontrados em games, como ganhar pontos e disputar um ranking com outros jogadores, estão se tornando ferramentas poderosas para motivar as pessoas a resolver problemas.”

Mas é só na área científica isso? Que nada! As empresas também estão aproveitando esses “joguinhos inocentes” para auferirem lucros fantásticos. Ou seja, vai que uma multinacional de gás e petróleo tenha um problema com extração nas plataformas de pré-sal e que seja muito difícil de resolver por causa do investimento financeiro ou pelo perigo à vida humana. O que fazer?  Simples! É só transformar esse “problema insolúvel” em um joguinho e deixar por conta da comunidade de jogadores online. Acha exagero? Então, saiba que o instituto de pesquisas Gartner prevê que, em 2015, metade das empresas que investem em inovação terá alguma iniciativa baseada em jogos. 

Tudo bem. As empresas investem muito em jogos online, porque faturam muito conseguindo soluções para seus problemas gratuitamente. Mas, e as pessoas? Por que gente de todas as idades passaria tanto tempo jogando sem ganhar um único centavo? De acordo com a referida matéria, os jogos exercem um fascínio sobre nós, porque fazem parte de nós mesmos. Brincar socializa humanos, outros mamíferos e pássaros, desenvolvendo habilidades que fazem valer a pena, como por exemplo, aumentando nossa percepção espacial e coordenação entre o que o olho vê e o que a mão executa – sabia que cirurgiões de laparoscopia que são bons jogadores também são melhores cirurgiões?

Jogos também nos motivam para qualquer coisa. Portanto, da próxima vez que pensar em realizar uma atividade desagradável, formar um hábito ou buscar uma solução complicada, que tal transformar o problema num joguinho? Duvida? Pois saiba que a empresa americana Green Goose já pensou em ensinar a cumprir as tarefas domésticas nossas de cada dia através de um joguinho com previsão de lançamento para 2012. Sensores relativamente simples, sem fio e de movimento, prometem conectar objetos de uma casa, tais como escova de dentes, frasco de remédio, livros, garrafa na geladeira etc a uma base central, que registra e transforma praticamente tudo o que acontece ali numa competição online disputada por toda a família, aumentando ou diminuindo o ranking das pessoas.   

Mas nem tudo são flores, e essa mania de jogo também tem seu lado negativo. De acordo com a referida matéria, pessoas que foram criadas jogando videogame são mais resistentes em obedecer patrões, precisam mais de recompensas imediatas e o que, a princípio, era divertido para elas pode se tornar chato, sendo que essa chatice, de acordo com a Psicologia, é porque recompensar alguém para fazer algo que ele já fazia por prazer, com algumas exceções, tende a diminuir sua motivação. 
É isso.
Bom final de semana e bom descanso.
Cristina Florêncio
TAE do CCB - UFPE